NEM TODA REENCARNAÇÃO É PROGRAMADA

Carlos A. Baccelli

“Grande percentagem de reencarnações
na Crosta se processa em
moldes padronizados para todos, no
campo de manifestações puramente
evolutivas. Mas outra percentagem
não obedece ao mesmo programa.”
(“Missionários da Luz”, André Luiz/Chico Xavier)
Nem toda reencarnação no orbe terrestre
acontece nos moldes com que
André Luiz nos descreve a reencarnação
de Segismundo, em “Missionários
da Luz”.
É certo que nada, absolutamente
nada, acontece à revelia das Leis que
nos governam, mas é forçoso inferir
que todos nos submetemos às consequências
do mérito: “...àquele que já
tem, mais se lhe dará e ele ficará na
abundância...”
Os espíritos, em maioria, reencarnam
sem maior consciência do fenômeno:
entram, saem e tornam a entrar no
corpo, completamente ignorantes do
processo reencarnatório. Inclusive,
no Mundo Espiritual, nem todos são
adeptos da doutrina reencarnacionista,
como no-lo atestam diversas entidades
espirituais em contato conosco.
No livro “Cartas de uma Morta”, por exemplo,
fala-nos Maria João de Deus:
“...conheci inúmeros companheiros,
que duvidavam dos ensinamentos dos
mestres, quando se referiam aos pretéritos
longínquos; e alguns deles me
asseveravam não poderem admitir
a multiplicidade das existências da
alma”.
À época da Codificação, conforme
Kardec escreve na “Revue Spirite”,
nem todos os espíritos que se manifestavam
eram favoráveis à tese da
Reencarnação, como os que se comunicavam,
por exemplo, através da médium
Adèle Maginot, objeto de estudos
de Cahagnet, contemporâneo do Codificador.
Na obra “Falou e Disse” − Editora
GEEM −, de Augusto Cezar Neto, da
lavra mediúnica de Chico, há interessante
página intitulada “Sexo Mesmo”,
de que nos permitiremos transcrever
pequeno trecho para nossas
reflexões.
“Geralmente, os paqueradores sabidos
encontram as gatinhas serelepeando
na rua.
Olho vivo pra cá, olho vivo pra lá, e
começa um papo badalado.
Uma festinha acontece.
Fofoca.
Fuleragem.
Vem uma espécie de dança do índio.
A pessoa faz que vai, diz que não vai
e, por vezes, acaba indo. E se surge
aquele jogo de ninguém ganha; o
cara abre o pé naquela que matou o
guarda e a mocinha aguenta o talo,
porque esse negócio de reencarnação
é fácil pra cachorro! (todos os
destaques são nossos).

Pensem vocês no homem que planta.
Escolha é só pra semente selecionada.
Enxerto só dá pé com maravilhas
de produção, se atendido com
cuidado e responsabilidade.
Mato bravo e tiririca nascem às pampas,
em qualquer parte.”
Adiante, Augusto Cezar acrescenta:
“Mas trazendo o caso para o nosso
chão terrestre, é preciso reconhecer
que, nas transas do sexo desequili8
ABR 09
CIÊNCIA
brado, não há pílula que impeça a
chegada do invasor...”
Com base no texto acima, os editores
de “Falou e Disse” questionaram a
Emmanuel: — “Não são todas as reencarnações
programadas? No momento
da concepção, os Benfeitores
Espirituais não estão a zelar pelo
entrelaçamento mãe-filho, a fim de
que a gestação se desenvolva com
o possível equilíbrio? Como falar-se
em ‘invasor’?”.
As indagações ensejaram a Emmanuel
grafar magnífica página, inserida no
livro, intitulada “Afinidade e Herança”,
que merece acurados estudos de
nossa parte. Para não nos estendermos
nestas anotações, reproduziremos
dela pequeno trecho. Vejamo-Io:
“Quando isso ocorre, é justo considerar
que, por muito se esforcem
os Instrutores Espirituais, encarregados
de cooperar na execução
de certo plano de reencarnações
para determinado grupo familiar,
nem sempre conseguem evitar a
intromissão de um ou mais de um
dos alcoólatras desencarnados,
porquanto se ajustam de tal modo
às forças genésicas de um dos parceiros
do compromisso sexual, que
acabam na condição de filho deles,
revelando, mais tarde, as mesmas
tendências compulsivas.
Isso, porém, não sucede à revelia da
Justiça da Vida, na Espiritualidade
Superior.
(...) Deste modo, o elemento considerado
em clandestinidade deixará
a posição de invasor para ser utilizado
na condição de agente regenerativo.”
Cremos estar mais do que claro: ocorrem,
sim, inúmeras reencarnações
sem terem sido previamente programadas!
Aliás, o próprio Emmanuel, em
“Religião dos Espíritos”, editado pela
FEB, com prefácio datado de 1960, já
se havia referido en passant ao assunto,
na página “Esquecimento e Reencarnação”,
quando diz: “Surgindo
semelhante período, entre o berço
que lhe configura o início e o túmulo
que lhe demarca a cessação, é justo
aceitar-lhe o caráter acidental, não
obstante se lhe reconheça a vinculação
à vida eterna” .
Convém, ainda, esclarecer que o Mundo
Espiritual não é nosso, ou seja, não
pertence aos espíritas, os quais,
por lá, são igualmente minoria. Não
estamos nos referindo às Dimensões
Superiores, mas, sim, àquelas que nos
são imediatas à desencarnação, onde
a Vida prossegue sem alterações de
relevo, além da morte do corpo.
O Dr. Inácio Ferreira, por nosso intermédio,
com o intuito de tomarmos
maior consciência das coisas, costuma
dizer que poucos são os adeptos
do Espiritismo que já se libertaram da
influência de antigas idèias religiosas,
que, de seu subconsciente, continuam
a lhes distorcer a interpretação da Verdade.
A Lei da Reencarnação é uma Lei Universal,
da qual os espíritas não podem
se apropriar, a fim de fazê-la funcionar
como pretendem, ou seja, dentro dos
parâmetros que imaginam em que ela
deva se aplicar para si e para os outros!

Comentários

  1. Fantasioso o caso de Segismundo,foge a razão e a sensatez crer que todas as reencarnações sejam assim.
    Muitos espiritas creem nisso e criam um mundo ilidico e maravilhoso.
    Sempre discordei de muito que é dito,o céu esta cheio de judeus,Mulçulmanos,Católicos e Evangélicos,como é possivel Nosso Lar viver em plena harmonia?
    Ou nosso lar é uma cidade exclusivamente para espiritas?
    Sem nenhum estudo meu senso me dizia que a maioria das reencarnações não são programadas,há um mecanismo atrativo entre os de mesma vibração que atrai o espirito que orbita nesse meio e no ato da concepção poderoso magnetismo atrai e domina a mente daquele que será encarnado colando-o ao ventre da mãe e agregando-o ao feto durante os meses de gestação.

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